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Torres,24/11/2024

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Câmara Setorial de Bebidas Regionais debate produção de lúpulo no RS

Fonte: Divulgação SEAPDR
Câmara Setorial de Bebidas Regionais debate produção de lúpulo no RS Lúpulo - Fernando Dias


O cenário atual das microcervejarias gaúchas
e da emergente cultura de lúpulo no Estado foram temas da reunião da Câmara
Setorial de Bebidas Regionais na ultima terça-feira (13/6), realizada de forma
híbrida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e
Irrigação (Seapi).

 

O coordenador da câmara, João Giovanella,
apontou que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo, e que o
Rio Grande do Sul vem se consolidando como o segundo estado brasileiro com mais
fábricas da bebida. O Estado responde por um terço do volume de cerveja
artesanal produzido nacionalmente. “As cervejas artesanais representam agora 4%
do mercado no Brasil. Parece pouco, mas antes era 2%, então dobramos a
participação. Isso é significativo”, avalia. A taxa de crescimento médio anual
de produção de cerveja no Rio Grande do Sul é de 19,4%, conforme dados
apresentados pela Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM).

 

Giovanella apontou para a importância da
articulação da iniciativa privada com os órgãos públicos para o
compartilhamento de informações e o desenvolvimento de ações que fortaleçam a
cadeia produtiva das bebidas, especialmente das cervejas artesanais.

 

Ações de fomento ao cultivo do lúpulo em
Santa Catarina

O engenheiro agrônomo Stéfano Kretzer,
proprietário da Lúpulo do Vale e consultor do Ministério da Agricultura,
apresentou ações de fomento ao cultivo do lúpulo conduzidas em Santa Catarina.

 

Ele apontou para a importância de se
estabelecer unidades de processamento para grupos ou associações de produtores
realizarem a separação, secagem e enfardamento do lúpulo, além de uma unidade
central que faça a peletização do produto, uma vez que 99% da comercialização
do lúpulo ocorre nesse formato.

 

“A estrutura é bem semelhante à cadeia
produtiva da uva e do vinho, e como ela, precisa de políticas públicas em
linhas de crédito e isenções, unidades de processamento, cooperativas ou
associações de produtores. E, para manter essas unidades de processamento e os
grupos de produtores, tem que haver garantia de comercialização”, completou.

 

Entre os gargalos na produção de lúpulo no
Brasil, Kretzer identifica que os principais são o volume de produção, que
ainda é pequeno frente à demanda; a homogeneidade da produção ao longo do ano;
e a própria estrutura da cadeia produtiva.

 

Projeto Lúpulo: Caracterização da produção no
RS

Os pesquisadores Alexander Cenci e Carlos
Alberto de Oliveira, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da
Seapi, apresentaram algumas ações de pesquisa e extensão rural voltadas para a
cultura do lúpulo. As atividades são feitas numa parceria interinstitucional
entre a Secretaria, a Emater/RS-Ascar, a Universidade Estadual do Rio Grande do
Sul (Uergs) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS).

 

Entre as principais ações realizadas, desde
2021, estão: pesquisa sobre produtores de lúpulo na Serra do Nordeste; cultura
de tecidos para mudas de lúpulo; exposição de plantas na Expointer e na Festa
das Colheitas; um censo sobre os produtores de lúpulo do Rio Grande do Sul;
capacitação de técnicos da Emater/RS-Ascar; instalação de uma unidade
demonstrativa de cultivo do lúpulo, no Centro Estadual de Diagnóstico e
Pesquisa em Vitivinicultura (CEVITIS), em Caxias do Sul; e montagem de uma casa
de vegetação para plantas de lúpulo.

 

Cenci destacou a necessidade de ter mais
instituições incluídas na parceria interinstitucional e a continuidade de ações
conjuntas com a Emater/RS-Ascar para pesquisas e cursos de capacitação.
“Queremos também finalizar a estruturação da área experimental de lúpulo que
temos no Centro de Pesquisa de Caxias do Sul, ampliando o escopo para outros
insumos cervejeiros, como o malte, por exemplo”, acrescentou.

 

Carlos apresentou alguns dados sobre a 1ª
Pesquisa de produtores de lúpulo (Censo RS), realizado com 40 produtores
distribuídos pelo Estado. O produtor médio de lúpulo no Rio Grande do Sul é do
sexo masculino, de 30 a 39 anos, com menos de quatro anos envolvido no cultivo
da planta. Sua propriedade é de até cinco hectares, mas a área de cultivo do
lúpulo, na maioria dos casos, fica restrita a menos de mil metros quadrados,
10% de um hectare. “É bem característico de um cultivo que está começando, que
está sendo testado pelos produtores”, avaliou o pesquisador.

 

A boa notícia, de acordo com Carlos, é que a
maioria dos produtores (82,5%) pretende ampliar a área de cultivo. “Muitos
pontos positivos são associados ao lúpulo: é uma cultura produtiva nas nossas
condições climáticas e de solo, rústica, de fácil adaptação. Além disso, pode
ser cultivada em pequenas áreas, é um cultivo perene com fácil produção de
mudas”, enumerou. Entre os pontos negativos elencados pelos produtores, estão o
custo de implantação, a falta de conhecimento técnico e a ausência de linhas de
financiamento e produtos químicos que sejam registrados junto ao Ministério
para utilização na cultura do lúpulo.

 

Ao final da reunião, o extensionista da
Emater/RS-Ascar Carlos Gabriel Nunes dos Santos informou sobre a realização do
Webinar Estadual da Cultura do Lúpulo, nesta quinta-feira (15/6), com
transmissão pelas redes sociais da Emater.

 

Participaram da reunião representantes das
seguintes entidades: Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM), Banco do
Brasil, Emater/RS-Ascar, Lúpulo do Vale, Salva Craft Beer e Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR).

 





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